Vale Glaciar do Covão Grande
Situado na vertente noroeste, e portanto melhor alimentado pelas quedas de neve, o glaciar do Covão Grande estendia-se a cerca de 5,5 km em direcção à Lapa do Dinheiros e apresentava uma espessura de gelo de, pelo menos, 150 m dissolvendo-se a uma altitude de cerca de 1000 m.
A sua posição elevada foi sujeita a uma erosão glaciária mais intensa e prolongada, sobreescavando a base do vale. Porém, as formas mais espectaculares de serem vistas são as acumulações morénicas da Nave Travessa, actualmente cobertas por vegetação, acumulações de blocos erráticos situados nas margens da Lagoa Comprida, antiga lagoa glaciária.
Percurso: 4 [Rota dos Vales Glaciares da Serra da Estrela]
Margem da Lagoa Comprida Para este Vale Glaciário propõem-se duas possibilidades que deixamos a cargo do visitante: percorrê-lo na totalidade pelo trilho e aproveitar toda a magnitude do trajecto ou fazer o percurso de automóvel pela estrada que segue até à Lagoa Comprida, sendo possível uma caminhada pelo vale propriamente dito.
(aconselhável mapa Turístico do Parque Nat. da Serra da Estrela)
Sai da Torre pelo trilho (assinalado no mapa) a Norte, atravesse a estrada em direcção ao Covão Grande e entre no Planalto Glaciário. Siga à esquerda do Cântaro Gordo, percorra as Salgadeiras e continue pelo trilho que segue até ao cume. Estamos a 1858 metros. A paisagem especificamente glaciária é de fácil percepção, uma vez que as rochas foram quase totalmente desprovidas do manto vegetal que as cobria . Do cume, desça pelo trilho à esquerda que nos leva aos Charcos. Daqui, siga novamente à esquerda, agora por uma pequena estrada de macadame. Continue por entre uma centena de blocos erráticos depositados sistematicamente sobre as superfícies rochosas, acompanhando toda a extensão desta margem da Lagoa Comprida. Passe ao lado do Centro de Vendas, atravesse novamente a estrada e desça pelo Covão da Areia, entrando no Vale Glaciário propriamente dito, onde as rochas polidas das vertentes abruptas encantam pela sua magnitude. O trilho que desce para a Ribeira da Nave praticamente desaparece, pelo que é necessário uma atenção maior neste local. Avance por entre as pastagens na Nave Travessa, de onde provinha uma espectacular língua glaciária que alimentava o vale. Continue a caminhar passando pelo Covão do Morgado e seguindo a ribeira até ao Vale da Caniça onde o glaciar terminava. Siga pelo trilho atravessando a ribeira para a outra margem e chegue ao Sumo da Caniça onde se encontra uma ribeira subterrânea em consequência do facto do leito estar entulhado de blocos graníticos que rolaram das encostas. Desça pelo caminho estreito e difícil, por um passadiço sobre o canal e vire à esquerda. Passe pelo Buraco da Moura e caminhe pela ponte de Jugais, entrando num caminho largo e bem conservado que nos leva até à Vila da Lapa dos Dinheiros onde o percurso chega ao fim.